Os contraceptivos orais combinados contêm, além da progesterona, estrógeno, hormônio que pode aumentar os fatores de coagulação ao mesmo tempo que reduz seus inibidores naturais, levando a um estado de coagulação excessiva. Embora apresentem baixa dosagem de estrógeno, as pílulas de nova geração, surpreendentemente, são mais associadas a riscos do que as antigas. No caso delas, é o tipo de progesterona usado que modula as alterações provocadas pelo outro hormônio.
Quem tem mais predisposição a sofrer as consequências?
o Mulheres que fumam
o Mulheres que não fazem exercício
o Mulheres que estão acima do peso
o Mulheres que sofrem de hipertensão, diabetes ou enxaqueca
o Quem tem histórico familiar da doença (Ocorrência de embolia pulmonar, acidente vascular cerebral/AVC, infarto e outras doenças cardiovasculares na família, especialmente entre os jovens e saudáveis são sinais de que pode haver um problema de coagulação hereditário).
Qual é a alternativa às pessoas que se encaixam nos itens acima?
A existência do histórico familiar de trombose basta para o ginecologista indicar um método contraceptivo não hormonal ou, ao menos, sem estrógeno. As pílulas compostas exclusivamente de progesterona apresentam risco muito menor de complicações com a circulação. Não são prescritas rotineiramente porque costumam causar escapes de sangue ao longo do ciclo e não oferecem benefícios como redução da TPM e da oleosidade da pele. Além disso, demandam maior cautela: segundo Marta Finotti, ginecologista e presidente da comissão de anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a pílula só de progesterona é um pouco menos segura para evitar a gravidez e requer uso mais rigoroso em termos de horário. O índice de falha é de 3% no uso perfeito e de 14% no típico (com alguns esquecimentos), enquanto o da pílula combinada é de 0,3% e 9%, respectivamente.
O outro lado
Além de sua importantíssima função anticoncepcional, a pílula acumula outros benefícios. Protege contra câncer nos ovários e diminui o risco de câncer do endométrio. Com ela, a intensidade e a progressão da endometriose são menores e é possível tratar cistos de ovário, anemia, acne, cólica e TPM. Uma revisão de 45 estudos epidemiológicos envolvendo 110 mil mulheres, publicada no Lancet, jornal de medicina britânico, estimou que até hoje o uso da pílula preveniu cerca de 200 mil casos de câncer ovariano e 100 mil mortes decorrentes dele.
Para cada mulher, um método
Ninguém melhor que o seu médico para decidir qual o melhor contraceptivo para você, de acordo com suas queixas e histórico familiar. Mas existem vários métodos. E saber de que forma você pode se beneficiar com cada um deles, pode render, no mínimo, boas conversas no consultório (e uma escolha mais consciente!).
Fonte: M de Mulher