Só Cantareira com 14% deve evitar rodízio de água em SP

imagens-do-dia-20150128-48-1-1-size-598O Sistema Cantareira registrou na quarta-feira a 13ª alta consecutiva no volume de água armazenado, chegando a 8,9% de sua capacidade. O aumento de 0,6 ponto porcentual entre terça e quarta foi o maior registrado no manancial desde o início da crise hídrica em São Paulo, em janeiro do ano passado. A sequência de boas notícias não significa, contudo, que a adoção do rodízio de água esteja descartada pelo governo estadual. Para que a Grande São Paulo possa passar pelo período seco do inverno sem racionamento, o Cantareira precisa chegar a um patamar entre 13% e 14% até o final de março, informa reportagem desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo.
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Além de torcer para que o nível de chuvas se mantenha acima da média, como tem sido em fevereiro até aqui, é preciso também que as obras emergenciais previstas pelo governo do Estado para transposição de água para os reservatórios que abastecem a Grande São Paulo não atrasem.
Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo informou que o governo estipulou um “gatilho” para a decretação do racionamento, obrigando a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a definir um nível mínimo de segurança do Sistema Cantareira para evitar o desabastecimento. Se na primeira semana de março ele estiver abaixo do estipulado, será então decretado o rodízio oficial.
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O cenário considerado ideal pelo governo paulista é conseguir administrar o fluxo de água sem que ele atinja o volume mínimo de segurança até outubro, quando recomeçará a estação de chuvas. O quadro hídrico vem sendo monitorado pessoalmente pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e sua equipe diariamente e debatido em reuniões que acontecem a cada dois dias no Palácio dos Bandeirantes.
Fonte: Veja
MedMedicina

CRIANÇAS COM ALERGIA A LEITE NÃO DEVEM TOMAR TRÍPLICE VIRAL

vacina-275x153O Ministério da Saúde alerta as secretarias estaduais e municipais de Saúde que não devem aplicar a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, em crianças com histórico de alergia à proteína do leite de vaca (APVL). A restrição, segundo a pasta, vale apenas para doses fornecidas pelo laboratório Serum Institutte of India Ltd.
“A informação é preventiva, pois foram notificados alguns casos de reações adversas em crianças que têm alergia ao leite de vaca. Vale ressaltar que todas as crianças passam bem”, garante o ministério, por meio de nota. Crianças com intolerância à lactose do leite podem receber a vacina normalmente.
O comunicado destaca que o laboratório é pré-qualificado pela Organização Mundial da Saúde e fornece, há anos, doses para vários países, inclusive para o Brasil. Todos os lotes da vacina tríplice viral aplicadas no país, segundo o governo, passaram por análise no Instituto de Qualidade em Saúde e foram aprovadas para uso.
“Desde junho deste ano, mais de 4,4 milhões de crianças foram vacinadas com essa tríplice viral no país, e há garantia da segurança da vacina”, destacou a pasta. Entretanto, de acordo com a nota, durante análise da composição da vacina do Serum Institutte, foi verificada a presença de lactoalbumina hidrolisada.
Diz a nota: Embora não exista na bula nenhuma contraindicação do seu uso em pessoas que apresentam alergia ao leite de vaca, como medida de precaução, o Ministério da Saúde enviou a todas as secretarias estaduais de Saúde informe técnico recomendando que crianças com histórico de alergia ao leite de vaca não sejam vacinadas com a tríplice viral. Nestas crianças, a vacinação deverá ocorrer em uma data posterior.
Fonte: Drauzio Varella
MedMedicina

TESTE DA LINGUINHA PASSA A SER OBRIGATÓRIO EM TODO O PAÍS

22122014_criancas_pediatria_testedalinguinhaJá começou a valer a medida que obriga hospitais e maternidades das redes pública e particular a fazer o chamado “teste da linguinha” em recém-nascidos. A determinação foi criada pela Lei 13.002/2014. O objetivo do exame é detectar se existe alguma alteração no chamado frênulo, membrana que liga a língua à parte inferior da boca, também conhecida como freio. A alteração pode gerar a popular língua presa. Caso seja detectado o problema, um pequeno corte na membrana é realizado.
Esse problema bucal é uma alteração congênita com incidência de 10% a 16% na população.
Em nota, a Sociedade Brasileira de Pediatria se manifestou contra a lei que obriga  hospitais e maternidades a realizarem o procedimento. Em documentos produzidos pelos departamentos de Neonatologia e Otorrinolaringologia, especialistas afirmam que não há consenso sobre a necessidade de remoção cirúrgica da anquiloglossia (alteração no freio da língua) e destacam que o problema não implica em urgência ou emergência clínica ou cirúrgica.
Médicos também afirmam que o exame já é realizado rotineiramente pelo pediatra assistente como parte da avaliação física necessária para a alta hospitalar dos recém-nascidos e que não haveria necessidade de uma lei para tratar do assunto.
Fonte: Drauzio Varella
MedMedicina

TIPOS DE PARTO: QUAL O MAIS ADEQUADO PARA VOCÊ E SEU BEBÊ?

partoA gravidez, para a grande maioria das mulheres, costuma ser uma época repleta de expectativas e incertezas. O bebê é menino ou menina? Como vou conciliar o emprego com a maternidade? Ele vai puxar mais a mãe ou o pai? Mas, além das dúvidas convencionais, a escolha do tipo de parto também costuma tirar o sono de muitas gestantes.

A corretora de imóveis Laissa Trindade, de 20 anos, está no quinto mês de gestação do primeiro filho, mas ainda não decidiu se vai fazer cesárea ou parto normal. Conta que buscava informações sobre partos diariamente na internet, mas começou a se deparar com casos de cordão umbilical enrolado no pescoço, hemorragia vaginal e frequência cardíaca anormal do feto, então decidiu parar a busca. Hoje ouve a opinião de amigas e familiares, mas ainda assim continua em dúvida quanto a que tipo de parto escolher.

“Eu falei desde o começo para o médico que tinha vontade de fazer parto normal. Mas estou com muita dúvida. Uma hora eu quero, na outra não. Na verdade, tenho medo de sentir dor, de alguma coisa dar errada. Eu sei que é possível tomar anestesia no parto normal, mas sei lá, cada um fala uma coisa. Tem aquelas mães que são a favor do [parto] normal, outras falam que cesárea é muito mais prático e seguro. Aí a gente fica perdida.”

O médico, segundo a corretora, não opina muito na escolha. Falou apenas que se não tiver complicações, poderá realizar o parto normal. Laissa não tem nenhum problema sério de saúde e sua gravidez também não é considerada de risco.

“Eu sei que eles [médicos] querem o que é mais prático, lógico. A gente marca e tudo fica bem cômodo para eles. Já me contaram isso. Mas o meu médico falou que se estiver tudo bem até o fim da gravidez, ele faz o parto normal, mas se houver algum problema, tem que ser cesárea mesmo. Vamos ver.”

Brasil é campeão em número de cesáreas

A cesárea se tornou um dos procedimentos mais comuns no país, e quase 50% dos brasileiros vêm ao mundo dessa maneira. Entre os países da América Latina, o Brasil está em primeiro no ranking dos que mais realizam a cirurgia. Nos hospitais privados, o número de gestantes que fazem cesáreas chega a 85%, segundo o Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos). A OMS (Organização Mundial da Saúde), por sua vez, preconiza que somente 15% dos partos sejam cirúrgicos.

O aumento dos números pode ser explicado por alguns motivos, segundo a ginecologista e obstetra Alessandra Bedin, do Hospital Israelita Albert Einstein. Contudo, pode ser resumido em duas palavras: comodidade e segurança.

“Um dos principais recursos disponibilizados pelos médicos na cesárea, que é o tempo, acaba sendo muito menor. Em aproximadamente 45 minutos a cirurgia termina, ao contrário do parto normal, que pode durar mais de 8 horas. Portanto, ela é amplamente indicada porque é rápida. A paciente pode até marcar a hora do parto e assim o hospital se programa em relação à disponibilidade de leitos”, explica a médica.

Além disso, os médicos ficam com receio de acontecer algum problema no parto normal e a paciente ou o bebê morrer. “Com a cesárea o médico se sente mais seguro, pois ele tem mais controle da situação. Se acontece alguma coisa vão lhe perguntar depois: ‘Por que não fez cesárea?’”, sintetiza  Alessandra.

Desde 2001, segundo informações do Sinasc , a cidade de São Paulo vem registrando um aumento gradativo de partos cesarianos, que, a partir de 2005, superaram os partos por via vaginal (normal). Para se ter uma ideia desse aumento, em 2001, 52% dos partos realizados pelo SUS eram normais. Nove anos depois, esse número caiu para 46%.

Outro mito que favorece a escolha da cesárea entre as gestantes é o medo de sentir dor na hora do parto normal. “É algo cultural. A brasileira tem medo da dor. Entretanto, no parto normal é possível dar anestesia a qualquer momento. Quando chega a um nível intolerável de dor para a gestante, cabe ao anestesista utilizar recursos para amenizar o sofrimento”, esclarece. Além disso, é possível utilizar técnicas de respiração e massagem, com movimentos circulares nas costas da gestante.

Se a cesárea, todavia, pode parecer prático para os médicos e hospitais, para a mulher ela não é tão conveniente assim, já que o procedimento é considerado uma cirurgia de médio porte, com risco de infecções e perda sanguínea.

“Fazemos a abertura da cavidade abdominal, com uma incisão transversal, um pouco acima do púbis, de aproximadamente 12 centímetros. São cortadas sete camadas de tecido, entre pele, tecido muscular e peritônio, até chegar ao útero e retirar o bebê”, explica a obstetra.

Segundo a dra. Bedin, um dos únicos riscos do parto normal – extremamente raro de acontecer – é o de a mulher ficar com a bexiga caída.

“Quando a cabeça do bebê passa pela pelve, pode ocorrer alguma lesão na musculatura. Mas esse risco nem se compara com os da cesárea”, diz a médica.

Mas como saber a hora exata em que o bebê está pronto para vir ao mundo? Em tese, isso não é possível. O que os médicos fazem é uma estimativa. “Em casos de cesárea, nós orientamos que seja marcada quando a mãe entra na semana 39a ou 40a da gestação, pois aí temos certeza de que o bebê está bem formado. Mas ele simplesmente pode ‘escolher’ nascer antes. Não dá para prever”, alerta a dra. Bedin.

Como é uma cirurgia, o tempo de recuperação da cesárea também é maior se comparado ao do parto normal, em que a mulher recebe alta hospitalar em aproximadamente 24 horas. Na cesárea, a paciente fica em observação no hospital de dois a três dias. Ela pode começar a fazer caminhadas leves em 15 dias. Contudo, atividades de maior esforço, como subir escadas ou retomar a atividade sexual requerem um mês de pausa.

O preço do parto normal e da cesárea não são muito diferentes. O primeiro tem valores iniciais de aproximadamente R$2.500,00, enquanto a cesárea custa cerca de R$3,5 mil. Entretanto, os valores são estimados e tudo vai depender do hospital escolhido, do tempo de permanência no local, do tipo de acomodação e da equipe médica.

Questão de escolha

A cesárea também não deve ser encarada sempre como vilã. Em alguns casos, quando há risco iminente de morte para a gestante ou para o bebê – por exemplo, em casos de descolamento de placenta (quando a placenta se separa da parede do útero, impedindo que o bebê continue a se alimentar e receber oxigênio), em que a mãe possua alguma malformação cardíaca que a impeça de fazer esforço no parto normal, de eclâmpsia ou pré-eclâmpsia, entre outros -, ela se torna a única alternativa.

Para a ginecologista e obstetra Paula Tambellini, do Hospital Sírio-Libanês, a escolha entre parto normal e cesárea é muito mais complexa. Na opinião da especialista, os que são contra a cesárea utilizam o argumento de que antigamente todo mundo nascia de forma natural. Mas para a médica essa justificativa é falha, pois muitas mães e crianças morriam ou nasciam com problemas graves. “Mas isso ninguém fala, não é?”

“As gestantes chegam querendo saber o que é melhor. Eu costumo responder que o melhor vai ser aquilo que acontecer para elas, apesar de 70% das gestantes chegarem com a ideia fixa de fazer cesárea. Minha função é orientar, explicar as possibilidades e sanar as dúvidas. Eu não vou interferir no desejo dela. Acho uma hipocrisia essas distinções entre normal e cesárea, porque no consultório, na prática clínica, não dá para prever. Tudo pode mudar”, relata.

“A função do obstetra, na minha opinião, é conduzir a paciente e nosso objetivo é entregar na mão dessa mulher um bebê com condições excelentes de saúde. Não adianta eu prezar um parto normal, como todo mundo tem falado por aí, e entregar uma criança com pouca oxigenação, com algum grau de deficiência ou sequela”, completa.

Em relação ao fato de que muitos médicos, diante da dúvida da paciente, acabam “induzindo” a mulher a optar pela cesárea, Tambellini é enfática. “É claro que existe esse tipo de profissional. Tem médicos que fazem isso, porque é mais prático e rápido. Mas não quer dizer que seja correto. Eu não concordo com essa abordagem. Não é justo com a paciente.”

Normal e Humanizado

No parto normal, a partir da 39a semana, a gestante poderá sentir contrações intensas e duradouras, que atingem todo o abdômen, como se fossem cólicas fortes. Quando essas contrações acontecem a cada três minutos e há dilatação do colo do útero de quatro centímetros é sinal de que o bebê está prestes a nascer.

Quando o colo do útero estiver totalmente dilatado, ou seja, com dez centímetros de abertura, e as contrações se tornarem muito doloridas, as paredes do útero farão pressão sobre o bebê e, em conjunto com o esforço da mãe, impulsionarão a criança para fora. O processo entre sentir as primeiras dores e chegar ao nascimento pode durar até 12 horas.

Na opinião do médico José Vicente Kosmiscas, ginecologista e obstetra do Hospital São Luiz, o corpo da mulher – salvo algumas exceções – foi feito para dar à luz de maneira natural.

“No parto normal, a mulher está assumindo para si a responsabilidade de ter um filho. É algo que não sabemos a hora que vai acontecer, se vai ser num momento conveniente ou não. Na cesárea é justamente o contrário. A gestante deita na maca, recebe a anestesia e quem faz o parto é o médico. Tudo é programado. Marcamos horário e a família está preparada, esperando com bexigas e presentes”, opina Kosmiscas.

Além disso, existe uma vertente do parto normal que vem ganhando cada vez mais adeptos: o parto humanizado. Introduzido na década de 1970 no país, esse procedimento quebrou os paradigmas da medicina burocrática. Nesse tipo de parto, de maneira geral, são respeitados os desejos da mulher.

Cláudio Basbaum, introdutor do parto Leboyer (nascimento sem violência) no Brasil, explica que nesse tipo de procedimento cabe ao médico garantir o pré-natal, oferecer apoio, mostrar todas as opções que a parturiente tem com base no histórico do pré-natal e do desenvolvimento fetal e, por fim, fazer o acompanhamento do parto, interferindo apenas se houver mesmo necessidade.

Segundo o especialista, o parto é feito no ambiente hospitalar, mas em meio a pouca luz e silêncio e conta com a participação do pai em todo o processo. Após o nascimento, é feito uma massagem nas costas do bebê, que não é dependurado pelos pés nem recebe a famosa palmada “para abrir os pulmões”.

“O parto foi transformado num ato extremamente médico, uma cirurgia que pode causar enorme sofrimento para a mãe e o bebê. O processo de nascimento é um dos mais importantes da vida da mulher. Ela tem que se sentir amada, segura, ao lado de seu companheiro ou alguém de confiança. Muitas crianças vão nascer com ou sem médico. O quanto menos ele interferir, melhor”, opina Basbaum.

Ele conta ainda que, antigamente, antes de a gestante ser posta na posição deitada para dar à luz, o parto acontecia com ela na posição vertical. Essa mudança ocorreu para que o médico pudesse ter mais controle da situação. Entretanto, segundo o especialista, a posição vertical é mais confortável e segura, tanto para a mãe quanto para o bebê.

“É importante informar às mães que no parto normal há um aumento das endorfinas para que a mulher consiga parir com menos dor. Ao mesmo tempo, ela entra num estado alterado de consciência, como se estivesse em transe. É o momento dela e não cabe a nenhum médico interferir. Isso é humanizar o parto. Esse processo é altamente positivo para a mãe e para o bebê, que se sente seguro e não nasce com dezenas de estudantes observando e luzes fortes no rosto”, esclarece o médico.

Violência Obstétrica

Por trás da escolha do parto, existe também uma questão obscura que faz parte da realidade de muitas brasileiras, independentemente se elas são atendidas em hospitais públicos ou privados. Pesquisa realizada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo revela que 25% das gestantes brasileiras não são atendidas satisfatoriamente antes, durante e depois da gravidez – dão à luz sem a presença de médico ou enfermeiros, passam por exames dolorosos, ouvem gritos e ameaças, entre outros tipos de agressões.

A dona de casa Isabella Castro Fagundes, 33 anos, optou em ter os filhos por parto normal. Pesquisou bastante e desde o início mostrou-se segura sobre a escolha.

Quando estava na 40a semana de gestação, recorda que acordou durante a noite sentindo fortes cólicas que não paravam e foi correndo para o hospital. A dor foi aumentando e quando entrou no quarto para dar à luz, já estava com cinco dedos de dilatação.

“Me deram um remédio para induzir o parto, o que achei totalmente estranho e desnecessário, porque eu não parava de dilatar. Além disso, a médica fez uma  episiotomia, um corte na região da vagina para facilitar a saída do neném. Mas não era preciso, pois a própria assistente falou que estava tudo bem. Enxergo isso como uma forma de violência, pois eles só queriam que as coisas acontecessem mais rápido”, relembra Isabella.

A ocitocina é um hormônio presente no corpo do homem e da mulher que tem como função promover as contrações uterinas. A mulher, no momento que está dando à luz, já libera o hormônio de maneira natural. Mas, em alguns casos em que o processo está muito demorado, pode ser injetado um hormônio sintético na veia da mulher, com o intuito de acelerar o processo.

Com o segundo filho, as contrações vieram de maneira mais leve. Isabella chegou ao hospital e logo a encaminharam para o quarto. A médica demorou a chegar e as dores aumentaram cada vez mais.

“Me deram novamente um remédio para induzir o parto e eu só conseguia ficar numa posição. A médica não era a mesma da minha primeira gravidez e não tinha uma equipe, então chegou o anestesista da maternidade junto com estudantes de medicina. Eu estava com uma dor muito forte e tentando me controlar. O que me irritou é que a assistente ficava toda hora olhando para o relógio. Então comecei a contar de um a 10 para esquecer um pouco a dor. Mas chegou uma hora que eu comecei a contar muito rápido na esperança que aquilo acabasse logo. Então, nesse momento o médico que chegou para dar assistência na anestesia deu uma risada do meu jeito de contar. Eu virei para ele e falei: ‘Para de rir, doutor’. Todo mundo ficou calado. Ele nem se levantou da poltrona para ver se menina estava fazendo certo a peridural (anestesia)”, relata.

O fato de a sala ter se transformado numa aula prática para estudantes de medicina e o médico ainda rir do modo que a parturiente contava pode ser encarado como violência obstétrica.

“A mulher tem que dar à luz num ambiente calmo, não numa feira, onde os médicos falam de futebol, novela, sem nenhum respeito. Ou então com a enfermeira gritando: ‘Menina, vamos fazer força. Vamos abrir essas pernas”, indigna-se Cláudio Basbaum.

Entretanto, a obstetra Paula Tambellini, faz uma ressalva diante dessa questão, pois nem tudo deve ser encarado como violência. Alguns procedimentos apontados como “invasivos” são determinantes em certas situações, na opinião dela.

“Entrou na moda falar disso agora. Colocam, por exemplo, o toque vaginal como forma de violência.  Se você não faz o toque, como vai saber se o colo do útero está dilatando? Já a episiotomia serve para facilitar a saída do bebê. E é mais comum fazer esse procedimento do que se imagina. Um bebê de três quilos pode causar uma laceração no períneo da mulher. Então é  mais lógico suturar o que cortamos e restabelecermos a função dessa musculatura do que suturarmos algo que lacerou, aumentando o risco de a mulher ter  incontinência urinária no futuro.”

“Se for ter outro filho, com certeza gostaria de ter uma doula que me oriente durante as contrações e que possa me ensinar posições para que eu fique mais relaxada”, completa Isabella.

Doulas são profissionais que dão assistência emocional e física às gestantes antes, durante e após o parto. Elas não executam nenhum tipo de procedimento médico, somente apoiam as parturientes.

Casas de Parto

Ter um parto natural e humanizado não é exclusividade de mulheres com boa situação financeira, embora esse tipo de procedimento em clínicas privadas de São Paulo possa custar mais de R$ 10 mil, dependendo do especialista consultado.

Localizada na zona leste de São Paulo, a Casa de Parto Sapopemba realiza cerca de 20 partos mensalmente de maneira humanizada, mas tem capacidade para fazer até 60 procedimentos por mês. No país, há cerca de 14 instituições do gênero e todas fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo a gestora da unidade, Kátia Guimarães, a unidade atende gestantes que são acompanhadas no pré-natal realizado pelo SUS, convênio ou particular.

“A Casa é procurada por gestantes de todos os níveis socioeconômicos e procuramos dar um atendimento humanizado. Nossa única exigência é que a gestação seja de baixo risco, ou seja, que seja uma gestação única, com apresentação cefálica, exames de pré-natal com resultados normais, que a gestante não tenha antecedente de parto cesárea, não tenha doenças prévias ou gestacionais como diabetes e hipertensão”, explica.

Ainda de acordo com a gestora, a partir da 37semana de gestação são oferecidas consultas semanais com a enfermeira obstetra, paralelas ao pré-natal, em que são realizados exames para avaliação do bem-estar materno e fetal e também são dadas orientações sobre os sinais de trabalho de parto.

“Aqui nós respeitamos o desejo e as vontades da mulher. Durante o trabalho de parto a paciente fica livre para caminhar, se alimentar, ouvir música relaxante e receber massagem. A posição no momento do parto será a que a parturiente escolher e se sentir mais confortável. O parto pode ser na banheira, de cócoras, na cama. Ela fica livre para decidir o que vai ser melhor”, explica ela.

Apesar dos benefícios do local, todos os médicos consultados para esta reportagem foram contra as Casas de Parto, já que, na opinião deles, o local não possui estrutura adequada em caso de emergências. Mas a gestora discorda dos argumentos dos especialistas.

“Somente as gestantes que não apresentam riscos são atendidas na Casa de Parto. Ainda assim temos uma equipe composta por enfermeiras obstétricas e auxiliares de enfermagem e todas as gestantes que apresentarem alterações durante a condução do trabalho de parto serão transferidas imediatamente de ambulância (que permanece na unidade 24 horas) para o hospital de referência”, esclarece Kátia.

Fonte: Dráuzio Varella

Chimpanzés aprendem língua de primatas estrangeiros

chimpanze-bbcAprender outras línguas é algo comum para humanos. Mas cientistas consideram um marco a descoberta de que chimpazés também são capazes de entender diferentes sons de outros primatas.

Cientistas acompanharam dois grupos de chimpazés que foram colocados juntos no Zoológico de Edimburgo (Escócia). O grupo de chimpanzés holandeses passou a usar os sons dos primatas escoceses, após um tempo, para pedir maçãs.

Agora, os cientistas querem saber se os dois grupos já se entendiam antes – e apenas tinham diferentes “sotaques” – ou se os diferentes sons que os chimpanzés usam para pedir maçãs representam duas línguas diferentes.

Veja o vídeo:

 

Fonte: G1

Contas de luz ficam mais caras

Primeiros reajustes da conta de luz de 2015 ultrapassam os 40%

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou nesta terça-feira (3) os primeiros reajustes de contas de luz de 2015, que começam a sofrer impacto do repasse dos empréstimos bancários bilionários feitos pelo governo no ano passado para socorrer as distribuidoras. A alta nas tarifas supera, em alguns casos, os 40%.
Estão sendo votados nesta terça pela agência os reajustes de cinco distribuidoras do grupo CPFL (Mococa, Santa Cruz, Sul Paulista, Leste Paulista, Jaguari) que atendem cidades do interior de São Paulo, além da Energisa Borborema, que atua no interior da Paraíba. Esses aumentos começam a valer entre esta terça e quarta-feira (4).
ENTENDA o que está fazendo a conta de luz subir
O maior reajuste foi autorizado para a CPFL Jaguari, que atende 38 mil clientes nas cidades de Jaguari e Pedreira: de 45,7%, em média. Para os clientes residenciais e comércio atendido pela distribuidora, o aumento será de, em média, 39,49%. Já para indústrias e grandes consumidores de energia na área de atuação da empresa, será de 48,85%, em média.

REAJUSTES AUTORIZADOS
Empresa Baixa tensão Alta tensão Média Em vigor
Jaguari 39,49% 48,85% 45,7% 3/2
Mococa 27,21% 35,37% 29,28% 3/2
Leste Paulista 24,73% 25,30% 24,89
 
3/2
Santa Cruz 28,99% 26,15% 27,96% 3/2
Sul Paulista 25,80% 33,71% 28,38% 3/2
EnergisaBorborema 38,62% 40,19% 39,55% 4/2

Para a distribuidora, o impacto do repasse dos empréstimos bancários na tarifa é de 18,54 pontos percentuais.
O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, disse que essa alta expressiva nas contas de luz da CPFL Jaguari é “um ponto fora da curva” e que, mesmo com esse índice, os clientes da empresa ainda vão ter a energia mais barata entre as distribuidoras que passaram por reajuste nesta terça.
CPLF Mococa e Energisa
No caso da CPFL Mococa – que atende a cidade paulista de mesmo nome e mais três cidades mineiras – o reajuste médio autorizado pela Aneel foi de 29,28% e começa a valer já nesta terça. Para residências e comércio atendidos pela distribuidora, o aumento médio é de 27,21%. Já para a alta tensão (indústrias), é de, em média, 35,37%.
De acordo com o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, “quase a metade” (12,69 pontos percentuais) do valor do reajuste será para arrecadar recursos que vão pagar os empréstimos que socorreram as distribuidoras no ano passado. Essa conta vai pressionar a tarifa da CPFL Mococa até 2016.
“A partir do reajuste tarifário de 2015, o valor da conta ACR [empréstimos bancários] será incluído na tarifa e permanecerá por dois ciclos tarifários. Não é uma elevação de custo que permanece, ele vai permitir a amortização dos empréstimos”, disse Rufino.
Pressionou ainda a tarifa da CPFL Mococa a elevação do custo da energia fornecida pela hidrelétrica de Itaipu e a compra de energia mais cara pela distribuidora em leilão recente.
A Energisa Borborema teve autorizado reajuste médio de 39,55%. Para residências e comércio, a alta média será de 40,19%. Já para a indústria, será, em média, de 38,62%.
De acordo com a Aneel, no caso da Energia Borborema o início do repasse dos empréstimos gerou impacto de 15,2 pontos percentuais.
O reajuste da Energia Borborema começa a valer a partir desta quarta (4).
Sul Paulista, Santa Cruz e Leste Paulista
Para a CPFL Sul Paulista, o aumento médio autorizado pela Aneel é de 28,38%. Os clientes residenciais e o comercio vão arcar com alta de 25,8% e, os industriais, de 33,71%. A empresa atende os municípios paulistas de Itapetininga, São Miguel Arcanjo, Guareí, Sarapuí e Alambari
No caso da CPFL Santa Cruz, o aumento médio autorizado pela agência foi de 27,96%. Para residências e comércio, a alta será de 28,99% e, para indústrias atendidas pela distribuidora, de 26,15%. São atendidos pela empresa 24 municípios do interior de São Paulo e três do Paraná.
O repasse dos emprétimos bancários equivalem, dentro do reajuste aprovado, a 13,41 pontos percentuais, no caso da CPFL Sul Paulista, e a 12,82 pontos percentuais, para a CPFL Santa Cruz.
Já para a tarifa da CPFL Leste Paulista (que atende São José do Rio Pardo, São Sebastião da Grama, Divinolândia, Casa Branca, Itobi, Tapiratiba e Caconde), a Aneel autorizou aumento médio de 24,89%. Para residências e comércio, a conta de luz vai subir 24,73%. Já para a indústria atendida pela distribuidora, sobe 25,3%. De acordo com a agência, o repasse do empréstimo bancário gerou, sozinho, impacto de 13,06 pontos percentuais.
 

Desperdicio de Água

Água perdida com vazamentos daria para abastecer Rio por mais de 6 meses

  • Gabriel de Paiva/ Agência O Globo

    Em janeiro, um cano se rompeu e provou um vazamento de água na avenida Brasil, na PenhaEm janeiro, um cano se rompeu e provou um vazamento de água na avenida Brasil, na Penha

A água desperdiçada ao longo de 2013 com vazamentos e ligações clandestinas no Estado do Rio de Janeiro seria o suficiente para abastecer a capital fluminense durante mais de seis meses, segundo cálculos feitos pela reportagem do UOL com base em dados fornecidos pelo Snis (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento).
Em 2013, a Cedae (Companhia de Águas e Esgotos) tratou cerca de 1,35 trilhão de litros de água. De acordo com o relatório publicado pelo Snis em dezembro, desse total, 30,8% não foram oficialmente consumidos, o que corresponde a mais de 411 bilhões de litros de água perdidos.
Essa quantidade seria suficiente para abastecer a cidade do Rio de Janeiro durante seis meses e aproximadamente 14 dias. O consumo médio mensal de água na capital é de 63,4 bilhões de litros – cada carioca consome cerca de 329,78 litros de água por dia, o triplo do recomendado pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A Cedae afirma que o montante de água desperdiçada inclui, além dos vazamentos entre as estações de tratamento e a torneira dos consumidores, ligações clandestinas, os chamados “gatos”, que seriam, segundo a concessionária, a principal fonte de perdas.
Apesar de o governador Luiz Fernando Pezão negar a possibilidade de racionamento, a crise hídrica no Estado se agrava dia a dia. O volume médio do Rio Paraíba do Sul, principal fonte de abastecimento da capital fluminense e da região metropolitana, chegou a 0,33% no domingo (1º), menor nível histórico já alcançado pelo rio nesta época do ano.
Já os reservatórios de Santa Branca e de Paraibuna, que junto com Jaguari e Funil compõem o sistema de captação do Paraíba do Sul, atingiram o volume morto nos últimos dias, de acordo com boletins do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
O volume morto do Paraibuna acumula, de acordo com a ANA (Agência Nacional de Águas), 2,095 trilhões de litros. Segundo técnicos da Secretaria de Ambiente do Estado, seria o suficiente para abastecer o Estado por cerca de seis meses

seca

Nível do Cantareira sobe após 38 dias e chega a 5,1%

Represas contaram com chuva de 12 mm para aumentar reserva.
Apenas um dos seis sistemas da Grande SP perdeu água nesta terça.

Do G1 São Paulo

O nível do Sistema Cantareira subiu 0,1 ponto percentual nesta terça-feira (3), de acordo com boletim divulgado pela Sabesp. As represas operam agora com 5,1% da capacidade. A pequena elevação acontece após 38 dias em que o sistema apresentou queda ou se manteve estável. O último aumento no nível tinha sido em 26 de dezembro.

O sistema abastece cerca de 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo, e o volume de 5,1% já contabiliza as duas cotas de volume morto adicionadas ao sistema.

Trata-se apenas da nona vez que as represas do Cantareira aumentam de nível desde janeiro do ano passado, quando a Sabesp fez o primeiro alerta sobre a crise hídrica no sistema.

Segundo a Sabesp, a chuva registrada no Cantareira foi de 12 mm. A precipitação registrada neste início de fevereiro é 17,7% dos 199,1 mm esperados para o mês.

Outros dois sistemas que abastecem a Grande São Paulo também aumentaram o nível de armazanamento de água nesta terça: Alto Tietê e Rio Claro. Guarapiranga e Alto Cotia mantiveram seus níveis, e o Rio Grande perdeu água.

Vista aérea da represa de Jaguari, parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)Vista aérea da represa de Jaguari, parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)